O MARTELO
Mosaico da mesmice
Afluxo atemporal
Da existência humana
Entre o sobe e o desce
Na noite trôpega
Que desvanece
Rente ao corpo
Renitente pelo sufoco
Dos fios dependurados
No ciciar da madrugada
No desmantelo dos pelos
E destilar dos intrínsecos vinhedos
Visitados a revelia por vultos intrusos
Seres disformes e confusos
Num pisca-pisca astuto
De fato salvo conduto vão
Atropelando
Palmo a palmo
O chinelo sem dedo
Espalmado no regurgitar
Da interface dos feixes
E dos seixos do enredo
Que não quer me acompanhar.