ENCONTRO
Maria de Fatima Delfina de Mores
Hoje arrumei minhas gavetas de sonhos.
Haviam alguns tão velhos e amarrotados
que sequer hesitei descartar.
Foi assim que aos poucos,
limpei as gavetas da memória,
libertando-me dos apegos,
das peças que a vida pregou-me
ao longo do meu caminho e história.
Num cantinho guardei memórias de quem amei,
daqueles que com ternura souberam amar.
Projetar um retorno? Não.
Melhor guardar uma doce saudade.
E se longo é o caminho, muito hei de percorrer
até o fim da jornada.
Melhor que seja assim: alma despojada de apegos.
Ficam descartados os medos de sonhar ser feliz.
Quem sabe o convide para uma taça de vinho?
Num dia... Numa noite...
Sem data... Sem hora...
Sem limites e sem martírios...
Quando for ao seu encontro quero estar pronta
para entender o seu amor.
E se não for amor,
seja o que for,
que seja ternura,
que tenha malícia,
que inflame o desejo...
Ah! Se não for amor
que possa deixar em nós.
um gosto de ternura,
um sabor de doce saudade...