Sua filha

Em teus traços também, meu envelhecer encontro
O compreender de que o tempo esmorece
A voz que canta e o calar não fica dolorido
Porque se preenche de velhas lições já aprendidas


Nas marcas firmes de tuas mãos trêmulas
Os voos feitos sem aviões
O desbravar de tantos mares
O colher de tantas flores lindas.

E neste olhar tão profundo com que me rodeia
Percebendo sem palavra meu sofrer
ainda vejo tantos horizontes jamais alcançados
e outros tantos vistos nas lendas e histórias
que mansamente me contavas e que agora
são clarões rompendo cataratas
de tão penosas águas já choradas


Ah! o tempo já não me ilude
e o presente que esperei e que não veio, esqueci..
me é graça cada dia, na simplicidade
do nada mais esperar e tudo ter
Quando me chamas de filha...


Toda tristeza esvaece e tua voz me traz
A viva lembrança de tua mão na minha
Com papel e lápis a escrevermos felizes
O meu nome: Cristina!


Cristhina Rangel





Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 11/08/2011
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