Vem, Primavera do céu!
Vem, oh, deusa da noite
Castelo de fogo
que varre o universo
ardor de minh'alma louca.
Rainha dos escravos libertos.
Banho de seda e vinho.
Provedora dos negros potes de diamantes.
Vem, arrancar a terra dos falsos.
Das cercas de vidro que prende o sol,
A lua, os beijos e das espumas
que flutua na eterna dança dos poetas...
Te darei, oh, princesa do céu:
Doces sinos de vento
cantarei belos poemas de sol
serei teu deus no chão
O breu que tempera sua alma.
Vem, alada, de asas de prata.
Privavera de flores quentes
De terra vermelha de canto celeste
Ao encontro desse Deus vivo
De carne, e veia, sangue e areia