O mar das ilusões

O mar das ilusões.

No suave dançar das ondas, por muito tempo aquele barco navegou.

Não era um barco qualquer, bem como, não era também, uma onda qualquer.

Era sim, a onda do momento e, por mais que se desejasse, não era possível avistar uma única gaivota. Não se via sequer o azul do infinito e parecia que nada ali era bonito.

O pescador parecia se importar mais com a imensidão de seus pensamentos e, estes, somente estes, eram iguais as ondas num constante ir e vir.

No espelho d água de um mar sereno havia veneno e até a lua era comedida ao pratear a crista da onda do momento. E o momento era ditado pela calmaria de um mar mancomunado com uma única alma que deslizava por sobre seu espelho.

Espelho este que parecia manter íntimas relações com a lua, pois somente a ela era dada a vantagem do reflexo. O barco seguia mar adentro escolhendo as ondas para quebrar.

Não havia hora para voltar e nem um porto onde atracar. Havia somente um gigantesco espelho a refletir pensamentos de um ser que, alheio a lua e ao mar considerava apenas a consistência de seu pequeno barco. A lua, traiçoeira, dizia que havia muito a navegar, enquanto que o mar mostrava-se indiferente. Como um pontinho na mente era o barco na corrente mostrando que era hora de voltar.

Rubens poeta
Enviado por Rubens poeta em 11/08/2011
Código do texto: T3153592
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.