Filosofia de Botequim.

Rio, 11.08.11.

Filosofia de samba e botequim.

Eu só sei que sabiá

sabia assoviar e olhe lá,

não me venha dizer que

dor de amor com outro

amor se cura que não vai prestar,

pra não doer o único

jeito seria não amar.

No dia em que Nietzsche chorou,

eu estava rindo a toa,

enchendo a cara lá no bar,

enquanto nos versos da

música brega se fazia ouvir:

"um nasce pra sofrer

enquanto o outro ri"

Pra mim a vida é mesmo uma

baderna e eu afogo as

mágoas na cachaça,

pois prefiro a ilusão,

viajo na geléia quando leio

a teoria da caverna

e das idéias de Platão.

""Cogito ergo sum"

já dizia um jogador de baralho

chamado Rene que ficou

conhecido por ser

perito em "Descartes",

eu quando cogito

pra me esvaziar do pensamento

encho mais um copo de cana,

pra amenizar o peso

dessa existência tão sacana,

que é feito mulher:

Uma delícia em forma de drama.

eu penso sim meu irmão,

embora quem me veja

largado na sarjeta pense que não.

Mas que me desculpe

os pensadores pré-socráticos,

o próprio Sócrates

e os pós-socráticos também,

se meus pensamentos

lhes parecer chinfrim,

é que minha filosofia

eu aprendi assim,

na prática da boêmia,

na escola do samba

e do botequim.

Clayton Marcio.