O GOL QUE FIZ
Recebi a bola na intermediária direita do adversário,
Na velocidade que não me é peculiar
Num contra ataque oportunista,
Na chegada desesperada do zagueiro,
Encenei a execução de um chute, Mas...
Efetuei um corte rápido e seco com a perna direita
Desequilibrando o meu marcador e lançando-o ao chão
sem dó nem compaixão
Fiquei de frente pro gol.
Não tive outra escolha, a não ser disparar um foguete indefensável.
A bola subiu e alcançou o ângulo superior direito,
Balanço a rede no fundo do gol e morrendo na grama molhada.
A massa enlouquecida se levantará
Num grito simultâneo e ensurdecedor.
Anestesiado por uns 7 segundos...
Meus reflexos, audição, visão se confundiram por um instante.
Meu coração acelerado parecia parado,
Minhas pernas flutuavam,
Minha respiração... Sequer sentia
Eu corria perseguido por meus companheiros
Aos alaridos e abraços meio sem saber direito
O que se passava ali.
Até que então... A ficha caiu
E voltei da dimensão arrebatadora na qual me encontrara.
Era GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL...
Um estação de êxtase,
Sensação singular,
Miscelânea de prazer e satisfação.
Sentimento transcendental inigualável
Um transe ocasional sem igual.
Foi assim o gol que fiz.