Baú
Branda loucura, frágil candura, mel em teus lábios, fel em teu hálito,
Doce em tua boca, morde a bolsa de couro marron...
Ansiedade de ver-te em meus braços mas de longe vivo a dor de pensar em te perder...
foi tão bom, foi tão tenro e forte que até hoje penso na morte por te deixar esvair-se por entre meus dedos...
A morte agora passa todos os dias e me saúda, me perturba por sua ausência...
Que insolência essa doce história, namoro com aquela que muitos já levou...
Laços de um doce amor que me deixaram em rubra cor...
Teu céu de boca, tua luz tosca, neon, a noite me leva pra lugares que em dia não posso ir...
Vestes e sapatos, chapéus e laços, fitas e bijous, perfume barato sabor de um tempo que desejaria reviver e agora o que fazer?
Guardarei tudo isso, tudo o que sinto para um dia quem sabe reviver.
Um baú de madeira, cheiroso e resistente ao tempo, lacrarei por algumas eras e quem sabe um dia o reabrirei e sentirei o perfume encravado em tuas roupas que um dia cheirei...