BUSCA INCESSANTE
A vida me entediava
não sabia qual a razão
eu sentia o mundo girando
num viver sem emoção.
Uma vida solitária
sem foco
sem meta
sem direção
apreciando a natureza
minha única inspiração.
A juventude vivi
sandálias nos pés
mochila na mão
as vestes mais pra molambo
do que estilo ou inovação.
Dos cigarros não larguei
nem tentei a diminuição
dos papelotes que aspirava
quando em mim doía a solidão.
Das crises da abstinência
prefiro nem lembrar
eu chorava como criança
pensava até em me matar.
Mulheres... deixei pela vida
até um filho em gestação
sentindo que precisava
prosseguir na perigrinação
numa busca incessante
que nem mesmo eu sei do quê,
mas que eu precisava dela
como razão para viver.
Analisei alguns valores
outros jamais questionei.
Se houve erro em minhas escolhas
a ninguém eu disse
Só eu sei!