CANTANDO EM LISBOA

Um dia – lembra-se, mocinha ?

eu e você cantávamos Modinha

pelas ruas da cidade de Lisboa,

e os casais passantes, assustados

a princípio, depois acostumados,

ouviam a canção numa boa.

Continuamos, então, cantando

a mesma música, com força embalando

e mantendo o mesmo comportamento

para não perdermos o ritmo, a cadência,

já que a canção, de nossa preferência,

era o que se cantava no momento.

Cantávamos sempre caminhando

até que, com a bendita fome chegando,

pensamos seriamente num restaurante.

E para atender o nosso grande apetite

corremos para escolher o acepipe,

mas continuamos cantando, avante.

A fome, que era grande, conseguimos aplacar,

eis que, antes, escolhemos o lugar

para a comida boa e preferida degustar.

Então, sem tardança, chegamos ao Galetinho,

porque era o restaurante mais pertinho

e a comida muito boa para não se gostar.

Minha Neta, ainda bem menina, já sabia pedir

e se empolgava se a deixasse agir:

-- garçom, por favor, um sumo ao natural,

lulas grelhadas e uma sopa de legumes,

tudo de acordo com os nossos costumes.

Por fim, o vinho da casa, meia garrafa. Ta legal?

Pessoa de bom paladar, para o meu avô pode trazer,

também, uma sopa de legumes, que tomará com prazer,

e um suculento bacalhau, pois já pedi o vinho.

O garçom fez as anotações mas não fez o pedido,

ficou a olhar o escrito como se não tivesse entendido.

Minha neta, então, disse: -Garçom, o bacalhau é ao Minho

levy pereira de menezes
Enviado por levy pereira de menezes em 11/12/2006
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