CANTANDO EM LISBOA
Um dia – lembra-se, mocinha ?
eu e você cantávamos Modinha
pelas ruas da cidade de Lisboa,
e os casais passantes, assustados
a princípio, depois acostumados,
ouviam a canção numa boa.
Continuamos, então, cantando
a mesma música, com força embalando
e mantendo o mesmo comportamento
para não perdermos o ritmo, a cadência,
já que a canção, de nossa preferência,
era o que se cantava no momento.
Cantávamos sempre caminhando
até que, com a bendita fome chegando,
pensamos seriamente num restaurante.
E para atender o nosso grande apetite
corremos para escolher o acepipe,
mas continuamos cantando, avante.
A fome, que era grande, conseguimos aplacar,
eis que, antes, escolhemos o lugar
para a comida boa e preferida degustar.
Então, sem tardança, chegamos ao Galetinho,
porque era o restaurante mais pertinho
e a comida muito boa para não se gostar.
Minha Neta, ainda bem menina, já sabia pedir
e se empolgava se a deixasse agir:
-- garçom, por favor, um sumo ao natural,
lulas grelhadas e uma sopa de legumes,
tudo de acordo com os nossos costumes.
Por fim, o vinho da casa, meia garrafa. Ta legal?
Pessoa de bom paladar, para o meu avô pode trazer,
também, uma sopa de legumes, que tomará com prazer,
e um suculento bacalhau, pois já pedi o vinho.
O garçom fez as anotações mas não fez o pedido,
ficou a olhar o escrito como se não tivesse entendido.
Minha neta, então, disse: -Garçom, o bacalhau é ao Minho