PERÚ DE FESTA

Eu te fiz um pedido tu ignoraste a comanda

E agora eu pago pra ver quem ignora e quem é que manda!

Dinheiro é tudo? Minha senhora reservatório não é tudo não...

Ou será que meu pedido tá sem fundo de reserva?

Conclusão: Amiúde sigo sem ser conserva de caixão

Nem sempre procuro o obscuro chão

Mais se assim tu pensas

Não me acharás no escuro

O que vive do céu

Na terra encerra seu véu

Estamos na mesma cela

Na mesma prisão

Na mesma caixa preta

Na mesma seta que voa de dia

E na bala perdida

Tombamos no chão!

Todos acabam sem concluir suas tarefas

Se muito blefa

E na televisão não escutamos seu ultimo hálito

Respirando pro ibope subir

A soprar no auto-falante

Porque se calou sem ser arfante

Como o era antes

O dia raiou de novo

A galinha põe o seu ovo

E depois ela será cozida

Assim é a vida!

Segue a poesia na boca do povo

Só valorizamos a vida

Quando entre pobres e ricos

Ela não resiste!

Mas o trem roda suas rodas

Novos seres na garupa

Matando a sede na garapa

Só tá errado quem morre...

Nas letras de mármores se sujam com batons negros

O ser passou

A saudade levou

E o ser que ficou na gente

A gente leva!

Sem sequer sabermos onde estão

Nesta congestão que é morrer?

Por isso é tão dificil sumir!

Eis porque a morte sempre, sempre nos sorri...

Antes de nos matar...

Mas quem disse que ela nos sorri?

Eita este peru de ação de graças

Que só os outros acham graça com a cachaça

que o matamos de graça

Enquanto ele dorme

Preso dentro de nós!