(((((:::::QUALQUER COISA:::::)))))

Qualquer coisa de paz. Ou, simplesmente,

uma ausência de si, quase lunar,

que iluminasse as estrelas por dentro do peso a gravitar.

Aonde a solidão, a pesar sobre si,

de suas sementes abertas ao vento

nada fosse além de ínfimo pensamento.

Peço a paz

aos meus pulsos que traçam na chuva

um rosto a contar primaveras uma a uma,

Peço a paz ,silenciosamente

a paz que é uma madrugada sem partida ou chegada

aos passos leves da morte que nada mais é que a vida iluminada

Ahh... paz peço, a paz apenas

o repouso no barro das mãos

uma língua sensível ao sabor do vinho

a paz clara de lama e sol

Quero que suba à minha fronte

a serenidade desta condição:

harmonia plena ao cimento da estátua

que sabe que não tem coração.

Mas eu o tendo - seja livre, leve

como os primeiros raios da criação

Peço a paz e o silêncio -

Abro as portas da História,

deixo passar a Vida!

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 09/08/2011
Código do texto: T3150190
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