AMORES QUE VÃO

Há amores que desconheço
e há medos que jamais senti.
Teu corpo não viajei
com a devida competência
que pretendia.

Perdemo-nos no tempo com minúcias
e descuidos inoportunos.

Não te fui além de sobras
de antigos amores.
vestígios de almas suspeitas
a querer apenas o simples, o agora.

A saudade que sinto me diz
que fui além do querer bem,
um amor que permanece,
pois amores não morrem,
apenas envelhecem.

Amores que, aos poucos,
vão abandonando o café da manhã,
a delicadeza da mão,
o brilho do olhar,
a lembrança da data do casamento.

Amores que somem no tempo,
sem rancores nem dores.

Amores que, numa tarde de domingo,
tomam a estrada que não tem volta.
Não deixam bilhetes nem resquícios
de perfume nos lençóis.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 09/08/2011
Reeditado em 24/07/2014
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