Cinzel de Artista

Percebo, no vão do pensamento,

Por obra de uma distração, o ponto

Verde evidente, que depois se fecha,

Numa tessitura, que me faz latente

A natureza se esconde, numa roupa

Cega e infame, que me arranca

Dos pés, o gigante andante, que

vive de nome. Permaneço errante!

Choro de dor, uma vida acabou

O escuro me invade, peço piedade

Sinto sem fé, sem saber o que é:

O gosto da flor!

Depois de passado, o viver sem abrigo,

Sustentar o perigo. Da lama, surge um condor.

É gosto da vida, uma permanente partida

E com cinzel de artista, sou um escultor!