Imagens refletidas.
Abrem-se portas de longínquas datas
Encontram-se farpas e imagens distorcidas
Sobre os fardos dos invernos recolhidos
No presente, o anoitecer dos dias idos.
Passam a observar o que se foi
Envolvidos no clarão do entardecer
Fontes vivas engastadas pelo o tempo
Sob os cabelos que insistem em viver.
Olham as estrelas que são indiferentes
Aos fitares dos lumes que saem em busca delas
Fartas lembranças desses olhos rutilantes
Fazem-se presentes sobre os vidros das janelas.
São retratos das nossas alvoradas
Coisas retrasadas de um viver
Brasas vivas das saudades lancinantes
Extraídos dos mais belos amanhecer.