PORTOS

No tempo de amar
habitei tua alma como amigo.
Fui teu porto,
quando eras navio desgarrado.
Arisca, te lançaste ao mar,
na busca das ingênuas ilusões.
Foste refém das crenças com prazos vencidos
e das procuras com nortes avariados.
Permaneci porto,
para que voltasses,
sem barreiras alfandegárias e sem impostos.

Voltaste e, ainda que tenhas viajado o mundo,
nada te acrescentaste.

Hoje, parto eu, passaporte carimbado,
sem os ancoradouros que guardei prá ti
e sem as amarras que me mantiveram aqui,
à tua espera.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 09/08/2011
Reeditado em 24/07/2014
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