OSTENTAÇÃO DO EGO

Ela nasce todos os dias,

Seja num corpo de homem ou num corpo de menina.

Quem a viu acredita e quem ainda não viu, acredita também.

Mas nem todo aquele que a deseja, a tem.

Ela não escolhe classe social, nem cor...

Mas quem a contém, enlouquecida de desejos

Deixa o outro embriagado, pensando ser mal de amor.

E quem a desejou, descobriu-se o inverso e quase louco ficou.

Ela é todos os dias a mesma coisa.

Elegante, perfumada, bem vestida...

Com os cabelos bailando ao vento,

Acomoda-se num banco de praça, com suas pernas cruzadas,

Chamando a atenção de quem por Ela passa.

Ela acende sua cigarrilha comprida,

Jogando fumaça ao vento,

Onde começa a desfiar os fios da sedução,

Caprichosa, desliza seus finos dedos entre o cabelo macio aromático,

Mostrando-se para que a deseja ver ou tê-la.

Do outro lado alguém a vê, com os olhos que a terra há de comer,

A beleza vestida de gente,

Bem ali a sua frente...

Ela toda despojada no banco da praça,

Esbanjando seu sorriso ardente e seu olhar perspicaz na face aveludada...

Deixando à amostra as suas curvas salientes.

Assim, Ela provoca nos seus passos trausentes, destilando em alguém

Suspiros murmurantes que vagueiam na imensidão da sua essência vazia.

Ela é mutante que grita aos quatro ventos,

Cavalgando nua no seu cavalo alado,

Chamando a atenção dos bobos que se escondem sob réstias de luz...

No seu passo a passo, dizia sua mãe, a todo instante:

- Desde o meu ventre, ela já se mostrava provocante.

Enquanto isso, lá do alto, Maria também dizia:

- O que fizeram de Ti? Pois quando te vi nascer, já sabia...

Por isso, Te confiei a alguém que rezava todo dia.

Sei que não errei, porque o mundo precisa de Ti.

Aqui do alem, vejo a aflição daqueles que te carregam.

Ainda bem que tudo passa

Restando as recordações

Que para alguns representam momentos

E para outros, grandes lições...

Bruxa da Mata
Enviado por Bruxa da Mata em 08/08/2011
Código do texto: T3148139
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