(((((:::::ECOS DO AMOR:::::)))))

Eu indiferente à sonolência da língua

ouço o eco do amor há muito soterrado

desço com a lentidão ruiva das feras

onde a boca procura o sul

e o mar sobe as manhãs idosas

inundando-me o corpo quebrado de serena desilusão

habitada ainda por flutuantes mãos

estava nua ,sem água e sem luz

longe da imobilidade sem construir a perfeição

os dias foram-se sumindo em cor de chumbo

na procura incessante doutra amizade

que me prolongasse a vida

e uma vez acordei lentamente por cima da idade

tão longe quanto era possível inventar outro amor

que não me ferisse o coração mas que pulsasse mocidade.

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 08/08/2011
Código do texto: T3147933
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