Ofertei meu coração...

Arranquei-o com as próprias mãos

Estendi os braços

Num gesto, entreguei-o ao amado

Com o peito ainda sangrando

Comigo, nem me importei

Achei que não havia errado

Coração tolo! Apaixonado!

Já não basta estar machucado?

Tem que ser enganado?

Apunhalado?

Espezinhado?

Necessita ser maltratado?

Parece gostar da dor

Gostar de sofrer por amor.

O presenteado... Nem o olhou

Sem demora fora devolvido

Nem sequer o tocou

À devolver não titubeou

Como se não valesse nada

Como se fosse motivo de piada

Dessa, não achei graça

Foi uma total desgraça

Mas o coração maldito

Gosta de um bandido

Gosta de um algoz

Pra lhe calar a voz...

DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 08/08/2011
Código do texto: T3147737
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