Morte na catedral
É cedo! Chega para rezar
Orando os surdos
Sempre querendo pecar
Um corpo caído sem dó
De mãos juntas
Olhos fechados para o chão
Joelhos na penitencia
Pedindo o perdão
Sem entender os deuses
Sem ninguém para falar
Com medo do silencio
De novo volta a pecar
O santo na parede
O corpo no chão
Com o sangue ainda vivo
Sem nada na mão
Onde anda o padre?
Vagando pelo espaço?
Ninguém para contar a história
Pensando no abraço e no beijo na mão
A imagem que viu
Depois de recordar
Foi o corpo
Que ajudara enterrar
Depois descobrira
Que aquele corpo
Estava ali
Para se canonizar
Séculos passaram
O espírito voltou
Pediu para junto dele ficar
Agora para ele rezar.