Soldados

Tarde morna, fim do diluvio de dor

Cinzentos olhos procuram os restos

Do ouro outrora procurado a finco

Agora o ouro esta sujo de sangue

Do nosso sangue, do nosso precioso sangue

Almas fogem, deixam os corpos a esmo

Foi tudo quente, até congelar de uma só vez

Nossos guerreiros sempre foram heróis

Mesmo antes de partirem de casa, da vida

Ele só tinha dezesseis anos, mal viveu

Mantinha um fuzil, banhado em suas lágrimas

As armas brindam a morte sem nenhum pudor

Deus assistiu a mais uma luta em vão, e chorou

Lágrimas no campo de batalha não matam

Apenas choram a morte, as mortes

Nossos pais, nossos irmãos, nossos generais

Nossos inimigos, nossos medos

Estavam todos aqui na hora da batalha

E mesmo assim eu me senti tão só

Onde estão meus heróis agora ?

A morte me chamou para acompanha-la

E eu fugi como um covarde dela

Matei, feri, fiz o que todos detestam

Glórias ao meu país, vergonha para mim

Somos soldados perdidos nos nossos dominios

Somos homens perdidos em nossos erros.

Anderson Gomes dos Santos
Enviado por Anderson Gomes dos Santos em 07/08/2011
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