Para nada tempo há

Já era tarde quando sua respiração me adormeceu

Já era tarde quando um sonho morreu

E disseram que o tempo ia embora e levava

O que para nós se perdeu.

A vontade que tenho. O desejo que não cabe no tempo

Correr no chão que se construiu

O sonho de ver, abraçar e sentir o vento

O nascer de uma aptidão, um dom, um talento

Nada se concretiza se não for dobrado esse tempo.

Ah o tempo.

Um tac que não viu o tic passar

A onda que não esperou a cidade fugir para atacar

Um bicho que não esperou a criança correr para atirar

Um vício que matou bem rápido sem tempo de chorar

Um tempo que não ajuda, não atrasa, não faz devagar

Tempo sem sentimento, sem mentir, sem amar

Tempo sem sorriso, sem amigo, sem dançar

Tempo sem tudo, porque para tudo,

Tempo não há.

Isabella Ballego
Enviado por Isabella Ballego em 06/08/2011
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