Escrevo-te
Há quanto tempo?
Uma vida?
Muitas linhas...
As letras
Tornando-se frágeis
A tua indiferença
Despedaçando
A linguagem
Não me
Contenta
O pouco
Da tua atenção
Penso em deixar-te
Mas a liberdade
Insiste
Que eu escreva-te
Apelo pelo teu
Estranho olhar
Nesse mundo de
Palavras
Tento entrar em ti
Estranho tua recusa
Quero livrar-me
Desse sentimento
Interrogo
A insensatez
E quando
Penso em desistir
De vez
Vejo-me inteira
Num estranho
Labirinto
Sem respostas
Até quando?
Até quando
Viver
De espera?
Para que
Insistir tanto
Com quem
Não sabe escutar-me?
Pergunto-me
Aqui dentro!
Até quando
Esperar?
Até quando
Esperar?
Esperar...