AOS QUATRO VENTOS
Aos Quatro Ventos.
Guel Brasil
Daqui de onde nós estamos
Podemos ver o mundo,
Que cabe inteirinho
Dentro de uma tela;
Podemos até sentir
Os ventos minuanos,
Que leva o barco ao rumo certo
Quando lhes enchem as velas.
Daqui de onde nós estamos
Podemos vera vastidão,
Dos céus, do universo...
E vamos até o infinito;
Cavalgamos nos quatro ventos
Que sopra sem rumo certo,
E daqui podemos ver
Como tudo isso é tão bonito.
Daqui de onde nós estamos
Podemos ver o mar,
Com suas almas viventes
Pequenas, grandes, colossais;
Que ao seu modo diz aos homens
Que ainda há tempo,
De recompor a natureza
E salvar os animais.
Daqui de onde nós estamos
Podemos ver os riachos, os rios,
As florestas com toda a sua flora
Gemendo agonizante.
Dá até pra ouvirmos o som
Da moto-serra cortando,
O ultimo Pau-Brasil
Que tomba como um gigante.
Daqui de onde nós estamos
Podemos ver os Pataxós,
Os Carajás, os Xicrins,
Povos à beira da extinção;
Dando os seus últimos suspiros,
Num grito de agonia e dor,
Mortos pelas mãos dos homens brancos
Ávidos por riqueza e por destruição.
Daqui de onde nós estamos
Podemos ver a própria terra,
Fazendo seu apelo,
Dando seu gemido de agonia e dor;
Com suas feridas abertas,
Expostas, calcinadas pelo fogo,
Com seus riachos secos, rios imundos,
Dando morte ao seu “vil destruidor:”
.............................O HOMEM."!