ESTRANHA FERA
Eu pago qualquer preço,
Para arrancar do meu peito opresso,
Essa “coisa”, essa estranha fera,
Que, com seus mil tentáculos,
Envolve-me os passos, criando-me obstáculos,
Para alcançar a felicidade que não me espera!
Não fosse, eu, forte, fosse fraco,
Já há muito tempo teria ido para buraco!
Teria explodido num grito de dor, de tanto viver aflito!
Essa fera alimenta-se de minha solidão,
Sacia-se de prazer a me ver sofrer!
A malvada, como uma aranha caranguejeira,
Teceu uma grande teia, na qual me prende certeira!
Por isso, na vida, rumo a felicidade, não dou um passo,
Fico girando em torno, como um compasso!