PRAZER
Ah, nestas mãos revoam aves delicadas
a me levarem, sobre as asas, às delícias
das noites claras, só de amor enluaradas,
a percorrerem meus segredos com carícias.
Ah, nestes lábios que, dos deuses, são moradas
liberto e lambo as inocências das malícias
que dançam n'alma aos sons de músicas douradas,
enquanto sugam meus delírios com letícias.
Como se não bastasse tanta maravilha,
tu me convidas a pousar, despir tua ilha
que acolhe a fonte mais sagrada do viver.
Em tuas mãos, teus lábios, ilha, eu faço mundos
com mil vulcões de orgasmos múltiplos, profundos
e entrego a vida às suas lavas de prazer...