Poeminha Avoado

Asas

Ah, quem me dera tê-las...

Eu não seria assim

Flor de jambeiro

Que nasce rósea

E salta, solta

Pra morrer no terreiro

Sem ser completa flor

Sem sequer soltar cheiro

Eu me danava no primeiro

Vendaval que passasse

Me agarrava no mais ligeiro

Pé-de-vento que soprasse

E ao primeiro sintoma de primavera

Me avoava inteiro

E me perdia, passarinho!

E o mundo todo seria como um pomar.