PERPÉTUA ESPERA

P E R P É T U A E S P E R A

A lua faz um olhar inocente

Para a morena de seios pequenos

Há harmonia no coração que é feliz

Só o sentimento latente transforma

O orvalho umedece a face

Tinge a cortina de verde cristalino

Compartilha a quietude

Absolutamente não é madorra

A espera é perpétua

De luz de estrela que aquece

De passeio de mãos dadas

De beijos insaciáveis

De carência de sensibilidade

De ingenuidade misteriosa

De indecifráveis sombras

De abismos vencidos

De lâmina sem gume

De feridas na carne

De abrigo para chorar

A pressa se torna cíclica

Para o cio da menina

E para a imutável preguiça

Esperar se justifica?

É gostosa a expectativa da amante

É impossível a indiferença

É contida a faina

Borbulha a comunicação

Ninguém confia em gestos

As coisas acontecem aos tropeções

Sem a tempestade, quase à superfície

Sem loucura, voando com os pés no chão

Sem ousadia, sem métrica, quimérico

Mas sempre esperando...

(novembro/2004)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 04/08/2011
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