O reacender da alma

“...medo de se iludir (...) recusar a mais bela aventura do mundo para não se arriscar a uma mentira...” (Sartre, In: “A idade da razão”)

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Perdoa-me!

Por não mais te olhar com amor em vão

E aprender neste nosso instante derradeiro

Que angústias germinam num incauto coração,

Faceiro entregue às artérias da ilusão;

Perdoa-me e te confesso: tenho medo!

Não do fogo passageiro queimando as entranhas

Do meu imberbe sonhador de loucas paixões,

Mas da abstrata dor dilacerando a alma

Dos que reacendem passageiras ilusões;

Mais uma vez, perdoa-me!

Mas não me prenderei aos soluço dos teus pesares.

Tenho que reacender o fogo das minhas paixões,

E neste meu instinto selvagem recém-atiçado

Novamente sentirei mordidas: Incisivas, caninas e molares...!

Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 09/12/2006
Reeditado em 10/11/2012
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