NÃO FOSSE
Não fosse essa lua dissimulada
e as noites interrompidas
pelos inúteis desejos não satisfeitos.
Não fosse a barra do entardecer
a enfeitar o vestido da noiva.
Não fosse a inadimplência de afetos
a nos tornar meros inquilinos da vida.
Não fosse esta champanha,
este perfume,
esta tentativa de felicidade.
Não fosse esta perspectiva do desencontro,
o cigarro, a música, a mão no rosto,
a ruga no rosto.
O gosto de batom.
Não fossem as tristezas antigas,
as brigas, as desatenções,
os reencontros traduzidos em carícias.
Não fosse eu,
não fosse tu,
do quê sobreviveria o mundo?
Não fosse essa lua dissimulada
e as noites interrompidas
pelos inúteis desejos não satisfeitos.
Não fosse a barra do entardecer
a enfeitar o vestido da noiva.
Não fosse a inadimplência de afetos
a nos tornar meros inquilinos da vida.
Não fosse esta champanha,
este perfume,
esta tentativa de felicidade.
Não fosse esta perspectiva do desencontro,
o cigarro, a música, a mão no rosto,
a ruga no rosto.
O gosto de batom.
Não fossem as tristezas antigas,
as brigas, as desatenções,
os reencontros traduzidos em carícias.
Não fosse eu,
não fosse tu,
do quê sobreviveria o mundo?