Hoje rasgo meu peito

e deixo vermelho o papel

corto os meus pulsos

morro na ilusão de que escrevo

como uma ferida profunda

alcanço os ossos, as visceras..

 

se me visses dentro

se me visses lento

me verias mais,

despida, engolida

por esse escrever tão fugaz

tão forte, tão apressado

Não me cortarias mais!

 

Se me visses dentro

esse lamento que esqueço

por um momento

e num pensamento

ele volta voraz.

 

Recontando as feridas em nós.

 

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 02/08/2011
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