Hoje rasgo meu peito
e deixo vermelho o papel
corto os meus pulsos
morro na ilusão de que escrevo
como uma ferida profunda
alcanço os ossos, as visceras..
se me visses dentro
se me visses lento
me verias mais,
despida, engolida
por esse escrever tão fugaz
tão forte, tão apressado
Não me cortarias mais!
Se me visses dentro
esse lamento que esqueço
por um momento
e num pensamento
ele volta voraz.
Recontando as feridas em nós.