A ALMA QUE SE CONTORCE
A alma geme, se contorce em dores
Sente uma ponta lhe perfurando o mais íntimo
Impregna-se de lágrimas doídas, manchadas de sangue
E a alma que dói
Dói pelos sentimentos que não consegue explicar e por não explica-los não consegue vive-los intensamente
Dói pela saudade, pela ausência,
Contorcida pela dor da perda, submerge em suas próprias confusões e tristezas
A alma dói.
Dores profundas como incisões precisas de uma cirurgia sem anestesia
Incisões nem sempre cicatrizadas e na mairia das vezes ainda sangrando
Dói com o coração em chamas, ardendo, queimando
A alma dói.
Uma dor intensa, contínua, sufocante
Que produz movimentos quase que involuntários do corpo através de contorções e deformações
A alma que dói
E não há alento
Não há remédio
Não há meio que faça a dor parar
Uma dor que aumenta a cada minuto e que se intensifica a ponto de querer se sobrepor a vida
A dor da alma, que ser humano algum consegue compreender mas que todos passam por algum momento da sua existência
A dor da alma, a dor teimosa
A dor mais doída que se pode sentir e que por alguma razão marca para sempre nossa vida
A dor da alma. Que só quem tem alma é que sabe como é
A dor que faz o espírito, a alma se contorcer e para a qual não há remédio no mundo que possa curar