Vida vazia.
Ébrio a caminhar em noites frias
Sem aconchego nem caricias de um bem
Somente um ser, sem sonhos nem fantasias
Na realidade de um mundo sem ninguém.
Os sentimentos que lhes chegam amiúde
São refletidos sobre a luz de um luar
Nas poças de água em plena solidão da rua
Que se misturam com as que brotam no olhar.
É clara à noite, porém é turva a imagem
Na claridade não consegue a face ver
O sal ardente que perturba os seus olhos
Distorce imagens que insistem em aparecer.
Com passos lassos continua o seu caminho
Na esperança de um novo alvorecer
É ave triste, não tem galho, não tem ninho
Segue sozinho é solidão o seu viver.