PEDRA ANGULAR

Ao perceber-se enquanto ser pensante
A mulher inicia um belo desfiar de dourados sonhos.

Nem são sonhos de tocar a pálida e bela lua
Nem tão pouco apropriar–se do brilho das estrelas.

São apenas sonhos de felicidade
A construir-se no deslizar da vida.

E o tempo passa enquanto o amigo Sol
Põe se a levantar-se e a deitar-se infinita e lentamente.

Enquanto a mulher vestida de esperança.
Espera o amor que a levaria pela mão

E ela, em tudo beleza encontrou
Menos nesse tal amor...

A felicidade que morava em seu peito
Como donzela na canoa da vida

A espera do seu amado em águas apaixonadas
Percebeu-se sozinha, sem remo sem nada.

Foi ficando tão triste, se sentindo tão desamparada
Até que suas lágrimas como cristais debulhados

As vezes molhadas como as águas do riacho
As vezes secas como as folhas de outono...

Se recolheram para o peito inchadas
Enxarcando seus sonhos...

Ah quanto silêncio se apoderou de sua alma
Visitada pela noite escura enquanto dia

Sombra no sonho, sombra na fantasia
Engavetadas sem melodia...

Eis que a Onipotência cheia de misericórdia
Do céu a espiar seu triste penar

Apresenta- lhe a medicina da mãe Terra
PEDRA ANGULAR.