APENAS NÓS

Por estas ruelas de minha aldeia
que se espicham ao infinito,
viajou, um dia, minha alma de menino.
Fogos de artifício, luzes de neón.
sonhos por demais imaginados,
realidades descartáveis...

Tomei tua mão
segura.
eu, sempre menino.
tu, sempre meu pai.
Nós dois e o infinito,
caminhamos lado a lado.

Entreguei minhas mãos às tuas.
Sigo-te.
Foste o que te esperei.

Ainda que só hoje eu saiba, foste.
Nas noites escuras,
nos rios turbulentos,
nos degraus do tempo,
foste.

Vieste a mim manso, carinhoso,
acolhedor e firme.

Foste o norte,
foste o sul, o leste e o oeste.
foste o que me ensinaste,
o que sou,
o que eras,
o que seremos nós dois
e os meus filhos, teus netos,
teus filhos,
teus "nós",
Tu e Eu.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 01/08/2011
Reeditado em 23/07/2014
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