TERRÍVEL PESADELO

Imerso num sono profundo,

Eu sonhava que o Mundo,

Fosse um monstro Iracundo!

Eu, um cavaleiro negro, solitário,

Que lutava dia e noite – sem páreo,

Para libertar as pessoas do triste fadário!

Com minha espada justiceira, tão ligeira

Como um raio, eu lutava sem trincheira

Para domar o Mundo que como toupeira,

Matava e feria sem dó, sem eira nem beira!

Numa ferrenha batalha, a vida por um fio de navalha,

Como do inferno, a fornalha, onde sangue e suor se espalham,

Vi em meio à poeira uma cavaleira com sua espada certeira

Lutando do meu lado, com seu cavalo alado, olhos nela colados,

Esqueci-me do Mundo, Bela, linda... Fui mortalmente ferido,...

Acordei, com o corpo todo suado, gosto amargo na boca,

A voz me saindo rouca, meus olhos algo busca, as pupilas loucas,

Demasiadamente abertas, nada via, mas não estavam certas,...!

Eu não lembrei, era como se não tivesse existido o terrível Mundo...

A cavaleira era tudo, era meu próprio mundo! Num segundo,

Pulei da cama, a mente em chama,... E a realidade, sem drama,

Acordou-me para a vida cheia de trama,... Descobri, aquela dama

É o verdadeiro monstro,...A bela mulher que amo, mas não me ama!

Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 01/08/2011
Código do texto: T3133171
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