Camuflagem
As estações já não me colhem desatenta
Não me desarvoram os quentes verões
Causticando a pele nua .
Não desapaixono nos invernos indecentes
E desafio a neve que se acumula
Nas paredes do meu frágil querer.
Quando chega o outono coaduno paixões inquietantes
Que se multiplicam com os fios brancos
Assentados em minhas têmporas.
Algumas , tal folhas ao vento, deixo-as ir
Partem sem contratempos.
Sou estacional, brinco com a camuflagem do tempo.
Nos cheiros da primavera
Afoitamente exilo as incertezas.
Desconjugo o tempo presente
Retorno à era em que ser feliz
Foi a minha in_sensata lei.
Fatima Mota 29/07/11