Folia
Salta do meu peito mascarado,
e derrama tua mágoa nauseada,
que te pesa no peito torturado,
nessa vida repleta e maltratada.
Pula e canta falsa alegria,
buscando força em tua fantasia;
gargalha alto, com euforia,
recupera o ânimo sem covardia.
E nesses três dias de fartura,
não pensa nos outros trezentos de maldade,
em que entregaste a alma, outrora pura,
nos braços de um amor sem liberdade.
Brinca sem tentar ser verdadeira,
limpa tuas dores com morfina,
pois voltará para mim na quarta-feira,
morta, doce, pele em cinzas.