MALDIÇÃO
Em dezembro não serei mais poeta
que busca as estradas, os pássaros, o sol,
e não terei, destarte,
a amaldiçoada lira que carrego nos olhos.
Buscarei a paz
fatal e necessária
de um caminho morto
que me levará para sempre e inevitavelmente
ao silencioso
azul do anoitecer.