SER    MÃE


Escrevo uma história de amor
em meu corpo:
o verbo, agora,  sujeito:
amar... ahhhh! o amor é semente,
palavra amadurecente,
irrompe pelas minhas entranhas,
regado dia a dia
pela emoção e magia.
Germina.
Pulsa.
O mundo torna-se ínfimo
ante tantos sapatinhos e
expectativas,
tantos passos por inúmeros
e incertos caminhos
que por ora eu tenho nas mãos
ao toque, no ventre,
do mais ousados pezinhos.
Os sonhos um descortinar
da suprema realização.
Coração em descompasso
dilata-se a abrir espaço
à felicidade em explosão.
As palavras se perdem,
atropelam sentimentos
no êxtase da definição.
Meu lar - aconchegante ventre
a preparar-me para renascer
com a nova vida que acabo de conceber.
E terra e semente se robustecem,
revigoram-se pela seiva
do amor substancial
até que o milagre da vida
faça eclodir o fruto
da esperança cuja flor
se transformou.
E germina o amor
e floresce a vida:
nela outras sementes hão de cair,
brotar,
crescer,
novamente reproduzir
e tudo recomeçar
sempre
que o amor acontecer.






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