Além da porta
A porta se abre
E o silêncio se liberta
Aprisionando o que de mim
Ficou lá fora, fugitivo
O que há além da porta
Me é estranho e comum
E de tão meu mesmo e conhecido
Se esconde tão bem de mim
O que é que há aqui?
Ninguém nesse quarto habita
Nem som, nem ar, nem luz
Nem coisa alguma que sinta
É isto aqui um lugar
Um alguém, um mistério infinito?
Só me resta adentrar nessa busca
Que se dá no desconhecido
Dentro em pouco me vejo no espelho
Olho atento em meus olhos surpresos
E ao piscar tudo se faz contrário
O que é o direito e o avesso?