DESCOBERTA
Por trás da vidraça eu olharei a tarde
e serão os meus olhos
como os olhos dos meninos de Biafra.
Minha alma terá o justo e constrangido
sentimento das Mães da Plaza de Mayo.
A tarde de primavera
me outonará pelas calçadas,
mas ainda assim serei eu,
por trás da vidraça.
Olharei a ti, que passa
e verei a mim, refletido.
As tardes deixarão de ser
como ontem
e eu irei contigo além da vidraça,
antes que o primeiro filho
venha me ensinar os ruídos da noite.
Por trás da vidraça eu olharei a tarde
e serão os meus olhos
como os olhos dos meninos de Biafra.
Minha alma terá o justo e constrangido
sentimento das Mães da Plaza de Mayo.
A tarde de primavera
me outonará pelas calçadas,
mas ainda assim serei eu,
por trás da vidraça.
Olharei a ti, que passa
e verei a mim, refletido.
As tardes deixarão de ser
como ontem
e eu irei contigo além da vidraça,
antes que o primeiro filho
venha me ensinar os ruídos da noite.