Boneca de Barro

O veludo azul desce do céu

Afunda e afofa sonhos

Medo e caos arrotam o ar.

A menina, sempre a menina.

Rodopia ao lado da cama.

Chora de quando criança.

Ama a boneca de barro

E no estofo de tom verde

Amortece, a própria maldade.

O que faço eu, aqui no escuro.

Se através da janela,

A luz, esparramada

Em terra firme, me convida a entrar?

Quero voar sem asas

Bater forte esses braços fraco

Encher esse pulmões sem ar

Langui de preguiça.

Quero avançar por entre

Essas serras verdes floridas

Que afunda num voar livre

Acolhedor, um sonho raro

O que faço nesse escuro

Com essa menina da boneca de barro?

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 29/07/2011
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