NÓS DOIS

Que eu vivesse em função do amor,
as coisas mortas ou deliberadamente esquecidas,
os retalhos dos dias murchos, arrastados.
Um único sol derretendo o tempo,
e eu vivendo
e tu vivendo
e velhos ficássemos,
sentados à barra do entardecer,
quase felizes a não imaginar
a possibilidade de ausências,
de gestos derradeiros...
Por certo não nos faltaria
a dolorosa coragem
dos que amam,
a inconsequente ilusão
dos que creem,
a doce ingenuidade
dos que pecam.
E, em mim, pudesse, por tudo isso,
se refazer a maravilhosa
busca do sonho.
Eu te peço perdão pelo que desaprendi.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 28/07/2011
Reeditado em 23/07/2014
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