Fome de quê?!
Fico por aqui esperando,
Feito um moleque abestado,
Um idiota olhando para a porta
Sempre querendo escutar seus passos.
Seus passos que estão tão longe,
E eu que não tenho paciência de monge,
Vou ficando irritado,
Por que está demorando?
Diga-me: Por que demora a chegar?
A casa está suja, a geladeira vazia
E eu tenho tanta coisa para fazer
Que acabo não fazendo nada.
Vejo o tempo passando,
Às vezes dou uma estudada,
Jogo paciência para ficar relaxado,
E assim acaba o meu dia.
Quando finalmente você chega,
Eu feito um cachorro domesticado,
Com as salivas caindo dos lábios,
Pergunto: cadê a porra da comida?
E a resposta consegue ser mais grossa:
Você acha que comida cai do céu?
Seu miserável, imprestável,
Mas eu não ligo – minha barriga está ficando cheia.