Ventos.

A minha face é chão de terra batida

que rodopia ao passar do primeiro vento andarilho.

É redemoinho formado, é caos que gira ao redor

de um único eixo.

A minha face é a distorção de toda a areia,

É a junção de todos esses pontos, minúsculos, que pairam no ar...

É esse desequílibrio que espalha e reúne,

É essa poeira pisada já por tantos pés.

Inquietos ventos andarilhos, que me

torturam ao tocar-me a face,

Atropelando-me, como se não me vissem.

Invisibilidade.

E eu me viro, reviro-me...

Fuga descontrolada,

E tão inútil.

Pois eles me tomam, jogam-me

contra uma rocha, que nada tem de invisível,

e eu caio...

Insípido e derrotado,

Isto me torna digno da minha nulidade?

TMB
Enviado por TMB em 07/12/2006
Reeditado em 07/12/2006
Código do texto: T312400