Sou todo delírio

“Os poetas possuem autorização para mentir.” (Plínio – o Moço).

Sou sonhador do mundo, amante da lua.

Sou caminhante das estradas e um pouco poeta,

sou uma parte do dia e o muito de todas as noites,

sou os pingos da chuva e o calor de todos os sóis,

sou a loucura dos amantes e a rotina dos casais,

sou, às vezes, o jogo jogado, a lágrima chorada...

Sou o canto dos pássaros e a poeira da estrada.

Sou ator da vida, amante de toda Madalena,

sou o movimento dos bebês no útero de toda mãe,

sou o vento cantador da sua madrugada,

sou o grito preso na garganta do operário.

Sou uma parte do céu que caiu na terra,

sou um pouco da chaga que maltrata o corpo

sou e serei tudo que sua imaginação permitir.

Sou a paz, sou a alegria, sou ternura...

Também posso ser a dor e a tortura.

Sou, na verdade, uma parte de você

e um mínimo do meu próprio ser,

sou todo é delírio, devaneio...

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 27/07/2011
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