(((:::::MÁRMORE REBELDE:::::)))

Flor de heroísmo ou santidade

grandeza augusta ou de bondade

Raios do mesmo olhar, ânsias do mesmo seio

a água a cair, repete o mesmo som, baixando em segredo

ângulos dispersos, candura a flora dos vitrais.

Mármore rebelde — amor — ondulando em formas imortais;

Horas fugidias, aladas como os sonhos

flores de infinita luz nos teus olhos risonhos

que talvez do céu, a ouvir-nos chorar,

transbordem nuvens pálidas — Dissonâncias polar

Por ti meu coração arde dum fogo eterno,

Como chama a tremer — eloquência dum grito! — esplendor externo

Como versos ao sol refulgindo em clamores

como rimas que vão desabrochando flores

Em manhãs transparentes de Maio, toda nua a fugir duma fonte.

Trago-te dentro em mim,a língua púrpura — a avançar no horizonte;

toda palavra sentida, todo existir que em meu ser é o bastante.

Ambígua indecifrável a qualquer vivente

cabelo orvalho ou brisa rente

E nenhum de nós pode trazê-la para dentro

Inesgotável — é um fluir anterior ao pensamento

chamá-la das margens — sobre as águas tal cisne meu entendimento

que és tão divina — amor — o teu relento

trazer-te dentro, é privilégio que ostento,

se me amas — a própria vida reinvento.

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 27/07/2011
Reeditado em 27/07/2011
Código do texto: T3121180
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