(((:::::MÁRMORE REBELDE:::::)))
Flor de heroísmo ou santidade
grandeza augusta ou de bondade
Raios do mesmo olhar, ânsias do mesmo seio
a água a cair, repete o mesmo som, baixando em segredo
ângulos dispersos, candura a flora dos vitrais.
Mármore rebelde — amor — ondulando em formas imortais;
Horas fugidias, aladas como os sonhos
flores de infinita luz nos teus olhos risonhos
que talvez do céu, a ouvir-nos chorar,
transbordem nuvens pálidas — Dissonâncias polar
Por ti meu coração arde dum fogo eterno,
Como chama a tremer — eloquência dum grito! — esplendor externo
Como versos ao sol refulgindo em clamores
como rimas que vão desabrochando flores
Em manhãs transparentes de Maio, toda nua a fugir duma fonte.
Trago-te dentro em mim,a língua púrpura — a avançar no horizonte;
toda palavra sentida, todo existir que em meu ser é o bastante.
Ambígua indecifrável a qualquer vivente
cabelo orvalho ou brisa rente
E nenhum de nós pode trazê-la para dentro
Inesgotável — é um fluir anterior ao pensamento
chamá-la das margens — sobre as águas tal cisne meu entendimento
que és tão divina — amor — o teu relento
trazer-te dentro, é privilégio que ostento,
se me amas — a própria vida reinvento.