A REALIDADE DO POBRE MENINO
O sol vai se escondendo entre as montanhas
O menino descalço e mal agasalhado aparece
O abandono e a tristeza uma dor tão tamanha
Menino tão só, uma boa noite pede em sua prece
Seu lar e sua família é o imenso mundo
Seu coração sofre a discriminação e o abandono
O frio da noite é intenso sofre pesadelo profundo
Dormindo envolto em papel corpo treme durante o sono
O teto que lhe cobre é o céu na clarão da lua
Suas noites incertas sem um lugar exato
Dorme em viadutos praças ou na beira da rua
Sem alguém pra lhe ninar antes a lhe dar maus tratos
A dor da solidão e a tristeza seu pequeno interior consome
A desabafar ou um colo não encontra ninguém
São altas horas a barriga ronca de fome
O jeito é tentar dormir olhando gente que vai e que vem
Ah pobre menino, que boa noite pode ter
Solidão tristeza fome abandonado e sem teto
Seus olhinhos pedem para alguém lhe acolher
Um prato de comida cama quentinha e afeto
Não entende o porquê deste seu desatino
Da sua mente infantil isto nunca sai
A lhe dar boa noite e acariciar tão pobre menino
Desejaria muito que fosse mamãe e papai
Se faleceram ou qual seja a circunstancia
Quando se fala nos pais seu rosto inocente brilha
Seja pobre ou rico para ele seria de tal importância
Como seria feliz ao lado de sua família
Seu olhar preocupado tão repleto de receio
A noite é longa para ao ar livre passar
Pobre menino a quem contar seus anseios
Pensa consigo bom seria a manhã logo chegar
Mais o que isto adiantaria enfim
Mais uma vez a realidade desperta
Na outra noite será sempre assim
Sem teto e carinho e a fome aperta