Hora do chá!

Falcatruas no câmbio sem rosca,

Apólices vencidas sem fundos de riscos,

Carne entalada no pescoço, adega seca,

Mortadela fatiada na chapa quente...

Pepinos alados circulando na estação,

Trocaram as batas por batatas no tempero,

Vai longe na frigideira o bolso furado então,

Trombetas anunciam a próxima chuva do dia,

Ensopados até tampa na carcaça diesel,

Cachorros andando em pé com água no pescoço,

Nem para nadar tem espaço com os escombros,

Entupiu a esquina na semana passada,

Mal veio a limpeza, sujaram tudo de novo,

Valha-me barqueiro, esses nem moedas tem,

Desaforam para todos os cantos & destinos,

Como se a parede fosse a estaca perfeita,

Nem o ar rarefeito de encomenda desacelera,

Todas as mágoas para os ressentidos,

Ignomia paulatina dourando o mico de plantão,

Traves avulsas para relógios campestres,

Na onda dos trastes ambulantes sem madeira,

Bóias soltas passando ao lado do verão,

Açúcar mascavo para chá de maçã & canela,

Entrega de água não vem sem galão vazio!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 07/12/2006
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